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Digimon - Decode Trinity

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Digimon - Decode Trinity - Página 2 Empty Re: Digimon - Decode Trinity

Mensagem por Convidado Qua 12 Out 2016, 6:53 am

Ah bom . Então o seu Ymirmon não é o mesmo Ymirmon de Digimon Reboot ? Sobre essa fanfic trata-se de um ambicioso projeto feito por um grupo de fãs americanos de Digimon que visa criar sua própria serie continua de Digimon dividida em varios universos diferentes mas todos com ligação entre si  que conta inclusive com animações em flash para os personagens . No caso da de Ymirmon é esta :

Irbimon Reboot Evolve to Ymirmon



Imagino que um dos poderes de Secret deva ser o da telepatia para ele poder invadir as mentes e ver os segredos de suas vitimas .Outro poder poderia ser o da Dominação Psiquica para obrigar os seres humanos e Digimon a fazerem exatamente aquilo que ele quer que eles façam . E acredito que ele seja uma entidade que se apossa dos corpos de seres humanos e Digimon do sexo masculino e feminino tal qual os mutantes conhecidos como " O Rei das Sombras " e " Proteus " dos X-Men .

Uma sugestão que eu poderia lhe dar é um rival para Christian e Apolo no caso outro Deus Sol do Olimpo " Heliomon "

Skollmon que evolui para Heliomon

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E aqui vai o endereço de Digimon Reboot o site onde você pode encontrar esta e outras fanfics .

http://reboot.digimondelta.net/

Jura . Gozado Kyu John Byrne é inglês naturalizado Canadense não estava a par destes detalhes sobre o seu nome .

Interessante não tinha percebido essa referência a Guerra Civil porque eu não li a serie de HQs nem assisti ao filme .

Interessante isso sobre os Royal Knights isso quer dizer que muitos Digimon Exalted Knights podem ser colocados no lugar dos Royal Knights que faleceram .

Sobre o juramento eu gostei pelo simples fato de que os Royal Knights nunca tiveram nada para dizer de poetico e imponente que servisse para ser seu juramento tal qual os Lanternas Verdes . Não acho nada demais você ter criado o Juramento do Royal Knight apenas trocando algumas frases do juramento dos Lanternas Verdes porque a grosso modo é exatamente isso que as outras Tropas de Lanternas fazem . Exemplo os Lanternas Azuis :

"No dia de horror, na noite homicida,
Com o coração aquecido minha alma Ilumina
Quando a Guerra da Luz parecer perdida,
A esperança reluz nas estrelas acima!"


No Original:

"In fearful day, in raging night,
With strong hearts full, our souls ignite,
When all seems lost in the War of Light,
Look to the stars-- For hope burns bright!"


Legal saber que você irá usar esta ideia dos Clérigos na sua fanfic fico muito contente .

Fico muito feliz em poder ter ajudado com a sugestão de Raijinmon .

Mas Kyu Oberon e Titania são personagens da peça Sonho de uma Noite de Verão de  William Shakespeare eles não tem nada haver com o famigerado " Um Anél para a todos funhanhar " !

E tudo bem quanto a Queen Magnadramon Kyu não precisa utiliza-la se não quiser .


Última edição por KaiserLeomon em Qua 12 Out 2016, 5:14 pm, editado 1 vez(es)

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Digimon - Decode Trinity - Página 2 Empty Re: Digimon - Decode Trinity

Mensagem por Kyuketsuki Qua 12 Out 2016, 8:47 am

Heliomon pode vir a ser útil, embora eu não goste de utilizar os fanmades de outras pessoas.

Sobre a referência presente em Gaomon, ela é apenas aos dois filmes que disse. Não me lembro do Capitão dizendo isso na HQ de Guerra Civil, apenas algo parecido, com palavras totalmente diferentes.

Ah, sei! Conheço a peça. Inclusive tem na biblioteca de minha escola, li o início, mas ainda não peguei. O trocadilho foi apenas pelos elfos, não pelo rei e rainha das fadas.
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Digimon - Decode Trinity - Página 2 Empty Re: Digimon - Decode Trinity

Mensagem por Convidado Qua 12 Out 2016, 2:13 pm

Já eu gosto muito de Digimon Fã Mades pois é um exercicio muito interessante e agradavel de imaginação poder concebê-los imaginar toda sua linha de evolução , aparência e ataques . Eu nunca recusaria poder usar Digimon Fã Mades porque quem nunca sonhou fazer como Takato e criar seu próprio Digimon ?

Por isso mesmo Kyu . Se eu tivesse visto os filmes de Guerra Civil eu teria pegado na hora a referência a eles na frase de Gaomon . Por falar nele divertido não tinha percebido que ele é um Digimon estilo Capitão America / Steve Rogers .

E pois é Oberonmon e Titaniamon são dois dos três soberanos reinantes da corte das fadas do Digital World Rei e Rainha da Arcádia o Reino das Fadas fundado por Panmon .
O Deus criador de Arcádia o Reino das Fadas Digimon:


Que é dividida em duas porções a Nova Arcádia cuja capital se situa na Ilha de Avalon governada por eles e o Reino do Norte governado pela Rainha Mabmon e são os mais poderosos magos feericos Digimon que existem no Digital World sendo Digimon do tipo Fada Nível Mega . Pense em Oberon e Titania da serie Gárgulas da Disney cuja magia é virtualmente ilimitada e capaz de realizar todos os prodigios que eles desejarem e você fara uma ideia do tamanho do poder mistico que possuem . " Elfos ? Pobres coitados ! "


Última edição por KaiserLeomon em Qua 12 Out 2016, 5:16 pm, editado 3 vez(es)

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Digimon - Decode Trinity - Página 2 Empty Re: Digimon - Decode Trinity

Mensagem por Kyuketsuki Qua 12 Out 2016, 3:27 pm

Ah, não foi o que eu quis dizer. Gosto de fanmades, o que eu disse é que não gosto de utilizar os fanmades de outras pessoas, muitas vezes prefiro criar os meus próprios - só utilizaria se fossem de pessoas mais próximas a mim, como o Lucas, caso ele me permitisse usar um de seus digimon.
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Digimon - Decode Trinity - Página 2 Empty Re: Digimon - Decode Trinity

Mensagem por Convidado Qua 12 Out 2016, 3:41 pm

Já eu não me negaria a utilizar Digimon Fã Mades feitos por outros artistas após claro dar o devido credito ao artista criador do Digimon fã made colocando o link para sua arte original e o nome do artista que criou o Digimon fã made . Eu olho cada desenho de encher os olhos criado por cada artista excelente e sempre exclamo : " Cara ! Olha isso ! E isso ! Esse cara é fera em desenhar Digimon Fã Mades ! Não acredito que a Toei-Bandai nunca pensou em nada assim ! "

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Digimon - Decode Trinity - Página 2 Empty Re: Digimon - Decode Trinity

Mensagem por Kyuketsuki Qui 08 Dez 2016, 1:46 am



Capítulo 5 - O Caos que Antecede o Caos

Uma forte luz interconectou o céu e a terra. Algo desceu pelo feixe e se separou em seis silhuetas distintas. Quem passasse pelo vale naquela hora da manhã poderia se assustar com a chegada deles ou rir com a forma como aterrissaram. Bell foi a primeira a levantar, o cabelo desgrenhado se levantada como uma juba azul em torno do rosto, o suéter preto fora rasgado de alguma forma, o que deixava à mostra um pouco mais do que ela aceitaria mostrar de sua pele. Corou ao ver o olhar de Jeremy, puxou o tecido retalhado sobre a roupa íntima e a pele pálida.

Christian caíra próximo de Lucas e o ajudou a se levantar ao estender sua mão. Depois, sem virar o rosto, dirigiu um olhar a Bell. O rosto encabulado, as mãos apertando a lã com força desnecessária. Sentiu seu corpo se arrepiar e depois um gelo na nuca quando a mão de Lucas pousou em seu ombro. Tentou disfarçar e, visto que Lucas não comentou nada, tentou manter a certeza de que havia tido sucesso.

- Olha só. – Mostrou Lucas com o dedo médio. – Não me culpe pela capa.

- Ah. Bem. – O Dragão Escarlate deslizou a mão por todo o casaco, viu os rasgos nas bordas. Sabendo onde o assunto poderia leva-lo, forçou uma troca. Olhou para o alto e viu um rastro da passagem deles para o Digital World. – Por que essa queda?

- Eu me distraí um pouco. Eu tinha de mentalizar o lugar em que queria aparecer depois de explodir a bomba dimensional. – Lucas verificou o que os cercava, árvores finas e altas, montes e montanhas cobertos de vegetação, um rio escondido na floresta, a luz do Sol entrando no vale pela clareira em que estavam. – Parece que estamos um pouco mais ao oeste.

- Mais ou menos. – Disse uma voz um pouco infantil. – Asuka fica por ali. – Ember levantara uma de suas garras para apontar a direção. Suas narinas se abriam e se fechavam com intensidade.

- Está perto? – Perguntou Apolo massageando a própria barriga. – Estou morrendo de fome.

- Eu também. – Jeremy finalmente saiu do chão. Bateu a mão em seu moletom para tirar a poeira, mas não percebeu a sujeira em seu rosto quando se aproximou de Bell. A garota por um momento sentiu a necessidade de se afastar dele, seja por medo, repulsa ou uma simples timidez. Pode ser que tenha achado engraçado o sorriso do garoto em meios as folhas de grama, isso a fez contrair a boca um pouco e, soltando uma das mãos do suéter, retirar delicadamente as folhas. – Ah... É... Eu... Bem...

O louro teve a certeza de sua sorte e de que estava a poucos passos de conseguir algo com a garota. Sua expressão, antes um sorriso bobo, mudou completamente quando de forma brusca e inesperada ela se virou e saiu andando na direção do réptil e do filhote de leão.

- Eu tenho chocolates. – Os olhos grandes do Coronamon a encararam apreensivos por alguns segundos. Ela completou: - Você pode comer alguns enquanto não chegamos a Asuka.

- Achei que tinha acabado. – Christian se juntara aos três.

- Eu peguei mais... – Bell girou de forma a ninguém ver quando, com a mão solta, vasculhou a saia em busca dos chocolates. Deixou escapar um “eu devia ter trazido uma bolsa”. – Aqui. Pegue. – Ofereceu de novo a Apolo.




A cidade de Asuka, capital do servidor homônimo, enfrentara quatro dias de batalha em defesa de suas muralhas. As pedras claras que moldavam as ruas se cobriam de papéis coloridos, ao longe era possível ver a ponte levadiça com grossas correntes levando sobre o lago – que cruzava a cidade em vários pontos – para o castelo. Suas torres terminavam em telhas vermelhas e um símbolo semelhante ao perfil de um dragão podia ser visto entalhado ou em peças de prata por todos os cantos.

As casas e lojas seguiam um padrão, eram moldadas em tijolos de pedra clara e muitas vezes se escondiam sob uma rua por conta do amontoado de níveis da cidade. Algumas poucas casas mais luxuosas cercavam o castelo, estas sempre livres de ter uma rua movimentada sobre a cabeça. Nas proximidades dos parques e praças também havia essa possibilidade. Na Praça do Leão, no centro da cidade, estava a maior parte dos mercados, em edifícios com três andares cada e tendas ligadas a estes e um amplo caminho em sentido ao castelo, estátuas de anjos e cavaleiros, além de fontes, se distribuíam por ali, o símbolo de dragão tornava a aparecer.

Ao leste do castelo havia um casarão vitoriano escuro com portas de tamanho incomum. Uma menina fazia o assoalho ringir enquanto vinha e ia pelo tapete vermelho carregando caixas. Dois répteis negros a acompanhavam com seus atentos olhos cor de jade. Eram baixinhos e fortes com focinhos retangulares e cabeça lisa. Um ostentava uma cartola no topo, outro tinha um lacinho rosa para mostrar que se tratava de uma garota.

- Por aqui, Hanna. – Disse a garota. – Ei, Rocco, já é o suficiente. Hanna, cuidado. Rocco, eu disse que já tem bastante disso. Hanna, ei.

Eles iam desengonçados deixar algumas caixas de comida na cozinha, tropeçavam para descer ao sótão para depositar o resto das caixas, se atrapalhavam ao tentar abrir o armário que ficava debaixo da escada.

- Olá, Harry. – Dizia Rocco ao deixar uma caixa ali.

- Ei, Athena? Por que todas essas coisas? – Perguntava Hanna.

- O Lucas pediu para comprar. Bem, eu não sei também.

- O que exatamente está armazenado nesses caixotes?

- Como se eu soubesse dizer o nome dessas coisas. – Ela tentou ler o rótulo de uma das caixas. – Coisas para o Christian.

Depois de terminarem, Athena se calou preocupada. Lembrava dos ataques sequentes dos quatro dias anteriores. Não era este o maior problema, o que a afligia. Ela liderou a cidade rumo a inúmeras vitórias desde que Lucas partira em busca de Christian. Ficar sozinha no comando a fez sentir uma confiança que lhe fora tirada há muito, lhe fez recuperar a eloquência e a agressividade que a levaram ao patamar de um dos Três Tamers Lendários.

Depois de comemorarem as vitórias, tudo o que ela queria era uma forma de explicar a Lucas o sumiço de Kori. O garoto era para ela como um irmão, sempre fizeram promessas entre si e sempre estiveram juntos, unidos por uma força inabalável. Podia agora sentir a dor que viria a ser dele, pois tinha conhecimento do quanto ele gostava de Kori.

Os eventos da última madrugada se repetiam em sua mente. Desde a festa até o desaparecimento da amiga, eventos estranhos que lhe tiraram toda a conquista das semanas que se passaram. Sentia-se imponente.

Ao cair da noite anterior, luminárias foram suspensas entre os prédios da Praça do Leão, pintando as ruas de vermelho e alaranjado, anunciando a festa. Athena dançava ali entre os Digimon e alguns outros tamers que viviam naquela cidade, uma camiseta branca, uma calça preta onde amarrou o moletom após sentir calor, o cabelo louro balançando em seus longos cachos.

Kori, uma nipônica, envolvida num quimono colorido balançava sob o luar esquecendo os medos, o cabelo argênteo roubando a cor da lua, as mãos unidas com as garras negras de um pequeno lobo amarelado. A movimentação do Digimon era estranha por ele andar um pouco curvado, os pelos eram volumosos e macios, a testa levava uma tatuagem em forma de gota azul sobreposta a outras duas diagonais púrpura.

Por algum motivo eles decidiram se afastar. Talvez por cansaço. Avançaram pelas ruas em direção a sua casa, abandonaram os balões de festa, a música, as vozes entrelaçadas. Duas sombras solitárias desaparecendo no horizonte sob o olhar de Athena. A garota decidira continuar se divertindo, confiava na segurança de Asuka City. Todos os alarmes seriam disparados caso houvesse qualquer invasor.

Kori e o parceiro Digimon pararam repentinamente depois de muito caminharem. Sentiram o ar esfriar, um suave toque gelado avermelhando a bochecha da moça. Ouviram os passos quase inaudíveis, lentos, ritmados. O movimento de uma capa negra que serpenteava ao soprar do vento. Viraram-se os dois para o homem, este puxou seu capuz para trás e revelou o rosto de olhos tão pontudos quanto os da garota, cabelos azuis e bagunçados descendo até a nuca.

- Lopusmon... – sibilou Kori. A audição do lobo, sendo aguçada, conseguia captar cada uma das palavras que ela usou para instruí-lo.

- Calma. – Aquela voz grave desceu pelo pescoço da jovem japonesa e apertou suas costelas e pulmões, estimulou as glândulas sudoríparas como fariam os ambientes mais quentes ao mesmo que atirava gelo contra sua nuca. – Não precisa ficar tão nervosa. – Escutava tudo como uma sequência de ruídos indistinguíveis, as palavras se desmanchavam. Sentia a pressão que aquele homem fazia sobre o ar, sentia a atmosfera desabar sobre ela, a gravidade tentando arrancar seus tornozelos, esmagar os ombros. – Eu não vim com a intenção de te machucar.

- Não toque nela! – Lopusmon se posicionara entre o homem e a parceira. – Ou eu vou...

- Ou você vai...? – Aquilo soou extremamente ameaçador apesar do tom. Havia algo se espalhando, algo suspenso, algo que apenas as narinas de Lopusmon poderiam notar. O cheiro o fizera retesar e tremer. Os olhos giravam em busca da coisa. – Vamos. Vocês nem mesmo teriam chance.

- Onde ele está? – Fixou o olhar no homem, recuou com a aproximação deste, sentiu tocar no corpo da parceira. – ONDE ELE ESTÁ?

- Está... – Um dos braços se estendeu, dois dedos abertos foram balançados.


- LOPUSMON!

Kori tentou agarrar o Digimon antes do ataque. Incapaz foi forçada a vislumbrar um vulto prateado descer do teto de uma casa e, com uma velocidade nenhum pouco natural, romper o ar e atingir o corpo do lobo. O vulto desapareceu enquanto Lopusmon quicava e deslizava até se encontrar com uma parede num estrondo. No ínterim em que as pedras caíram, a poeira se levantou e cercou os dois humanos.

- Ele está em toda parte.

- O que você quer de mim? – As articulações travavam a cada baque gerado pelo sapato. Seu corpo vibrava em resposta à adrenalina. Insetos faziam uma algazarra em seu estômago. – Por favor... – A primeira lágrima brotou em seus olhos, ela secou e deu um passo para trás e assim continuou fazendo a cada passo do indivíduo contra ela. – Por... Favor! – Uma parede então a impediu de continuar. Sentiu novamente o toque gélido da atmosfera. Concordou que aquele era o toque da morte, fechou os olhos com força e chiou tentando segurar os gritos.

- Eu disse que não vim até aqui com a intenção de machucar... – Numa pausa dramática, contemplou o corpo de Lopusmon sob alguns pedaços de pedra, inerte, inconsciente. - ... você. Não chore. – Suas mãos envolveram o rosto dela, lhe secaram as lágrimas e acariciaram o cabelo. – Primeiramente, eu me chamo Hyoga. Agora... Este é um Digimon um tanto raro. Ele tinha uma parceira antes de você, ela se chamava Bruna. Chegou a conhece-la? Eu sim. Infelizmente ela nos traiu e morreu para salvar Lucas e Christian. Mas o mundo tem um humor negro e tirou a vida de um deles.

- Você está mentindo. Ele está vivo. Ele está vivo. – Depois de acuada, o som era agudo e baixo. – Ele está vivo! Os dois estão!

- Seria uma surpresa para você. – Retirou as mãos para andar em círculos enquanto continuava a falar. – Mas convenhamos, não é algo importante no momento. Eu me desviei, admito. Me desculpe. Eu apenas queria dizer o quanto Lopusmon é forte e que ele irá se recuperar rápido. Mas apenas se você vier comigo.

- C-com você? Mas...

- Não veja isso como se eu lhe achasse mais importante que ele. Não, muito pelo contrário. Os dois só são realmente valiosos se estiverem juntos, mesmo que ele conheça muito sobre nós. – Apontou para o Digimon desmaiado. – Se eu lhe levar, ele terá de ir junto. Vocês estão interligados.

- Ei, você aí! – Imediatamente Hyoga parou. Atrás dele, Athena chamou novamente. – Você mesmo, bastardo.

- Admito que é vergonhoso que eu mesmo tenha chamado a moça de “você”. A culpa não é minha, eu evitaria isto caso falasse em japonês e caso soubesse que o nome dela é Kori... – Hyoga e Athena puderam finalmente se encarar. – Ops, parece que tenho certos desvios.

- Pare de me enrolar! – Apertou o Digivice diante do corpo. – Hanna! Rocco! – Os dois BlackAgumon correram ao seu lado. – Agora!

Uma luz esmeralda engoliu os dois. Se dissipou em breve. Hanna tomara a forma de uma réptil guerreira de armadura preta e cinza metálico, o capacete de três chifres tinha duas cavidades laterais escuras onde olhos de âmbar se acenderam. Rocco por sua vez fora coberto por aço e tornou-se um dragão robô com canhões enormes projetados sobre suas costas. Os olhos da máquina pareciam vazios. Ao se olhar, via-se apenas a escuridão.

- Enrolar? Me desculpe. Eu não deveria tomar todo esse tempo de você, não é mesmo? Você é Athena. Você é um dos Três Tamers Lendários. Quantos não pereceram contra você? – Seus olhos caminharam pelo céu noturno. – Não a ouviu?! Não devemos enrolá-la! – As mãos se agitaram como numa orquestra. – Avance!

Uma ventania reivindicou a rua e, cobrindo a de neve para demarcar sua posse, cortou o cortou o corpo metálico de Rocco e dilacerou a armadura de Hanna. A Digimon tentou resistir ao primeiro golpe movendo o escudo fixado em suas costas enquanto guardava sua parceira com o próprio corpo.

- Escuta essa música, Athena? – Seus braços serpentearam ainda mais rápido e ferozmente. – Tenha os ouvidos atentos.

Um assobio denunciou uma segunda rajada, uma que a qual nem Hanna e nem Rocco puderam resistir. Os dois foram reduzidos aos pequenos dinossauros negros de antes enquanto Athena era lançada ao chão.

- Não! Não! – As mãos se firmaram nos paralelepípedos, os cotovelos rangeram num último esforço. Impulsionara-se. – Hanna! Rocco! Vocês são mais fortes que isso!

- Ninguém é mais forte que esta melodia! – Os olhos se arregalaram e a boca se abriu em êxtase. – Abril é o mais cruel dos meses, germina lilases da terra morta, mistura memória e desejo, aviva agônicas raízes com a chuva da primavera. O inverno nos agasalha, envolvendo a terra em neve deslembrada...!


Os pés de Athena se fixaram na neve, os braços cobriram o rosto, os gritos continuaram como símbolo de sua determinação. Não poderia deixar que aquele miserável levasse Kori, pois Kori era sua amiga, pois Kori também se sacrificaria por ela – sabia disto, vira o empenho da japonesa em ajudar os guerreiros de Asuka City.

Pé por pé ela avançou contra as correntes de ar, o digivice sob os nós pálidos dos dedos, os olhos castanhos ardendo. “Ouvidos atentos”, dissera mais uma vez. Era um sádico e tinha de pagar por ser a aberração que era. Ela o faria pagar. Decidira e prometera a si mesma.

Um rugido no céu. Todos que viviam na cidade tiveram a atenção roubada pelo evento. Knightmons abandonavam as muralhas em direção ao chão esbranquiçado daquela rua, tamers agarravam seus digivices e evoluíam os parceiros ao bradar ferozmente. Todos se mobilizaram em direção ao rugido, sem saber que ele significava um golpe final, um golpe de piedade.

Um brilho azul desceu de algum lugar alto contra a Tamer Lendária, tocou o chão criando uma explosão. Kori, movida pelo instinto levantou as mãos, abriu os olhos, clamou por cada energia armazenada em seu corpo, exigiu uma resposta de seus músculos. Partículas douradas apareceram, a origem era incógnita. Seguiram os pensamentos de Kori até Athena e penetraram na explosão, engoliram-na de dentro e com a energia da própria revitalizaram o corpo de Athena, antes quase sem vida, ao toque. Fizeram o mesmo com Hanna e Rocco antes de sumirem tão repentina e inesperadamente quanto apareceram.

- Isso é... maravilhoso! – Hyoga apertou o pulso de Kori.

Athena mal se lembrava do que acontecera depois daquilo. A sensação de leveza das partículas que a curaram lhe deixaram num estado de suspensão por algum tempo. Dos sons sobraram apenas os ruídos, das imagens os borrões, de Kori e Lopusmon apenas a areia onde agiam os poderes do lobo.

[Fim da OST]


Quando perceberam, uma hora já lhes fora arrancada. Apolo e Ember tomavam a dianteira do grupo guiados pelo faro. Jeremy vez ou outra tentava se aproximar de Bell, mas numa dessas vezes a fizera acidentalmente soltar os tecidos do suéter ao esbarrar, isso a irritou profundamente. Ela ficou atrás do grupo, um pouco afastada e sozinha.

Christian e Lucas discutiam sobre a situação atual dos servidores. Lucas contou sobre os constantes ataques dos Doze contra Asuka nos últimos meses, algo que vinha se intensificando com o passar do tempo. O moreno logo pensava nas razões que levaram o foco de seus inimigos a Asuka. Deveria haver algo muito valioso na cidade. Tentaram resolver juntos a questão de o que buscavam os Doze, tentaram inutilmente. Faltava-lhes sempre uma peça, uma informação crucial.

- Ah. Tem Amaterasu também.

- O que tem Amaterasu?

- Ultimamente houveram grandes terremotos no servidor de Amaterasu. Os dias tem durado mais. Os boatos dizem que isso está diretamente ligado ao desequilíbrio causado pelos Doze, afinal é lá que vivia Shakamon.

- E os Royal Knights? Como eles estão?

- Eles perderam membros na sua última batalha. Ainda tentam ocupar as vagas de sua elite, mas estão sendo atrapalhados pelo Concelho. Uma das perdas foi o antigo líder da ordem, o que só aumenta a intromissão do Concelho nos seus assuntos.

- Ah. O Concelho. Isto se tornou uma toca de ratos, está impregnado de corrupção. Assim era. Assim continua a ser.

- Está escondendo algo sobre eles, Christian?

- Infelizmente tenho muitos segredos. – A palavra “segredos” ainda o fazia estremecer. – Vai ver o Secret me persegue por eu guardar tantos segredos.

- Ah. Bell me contou que ouviu você dizendo o nome de uma garota e depois gritar “Secret” várias vezes. Eu preferi não comentar antes.

- É. Os pesadelos continuam. Minha única âncora é o Ember. – Olhou para o Digimon que caminhava aparentemente despreocupado, o dragão o olhou de volta. – Nossa conexão mental me faz distinguir sonho e realidade. – Os dois rapazes se entreolharam, o moreno previu a dúvida do outro e completou: - Eu jurava já o ter superado. Fazia muito tempo que não tinha pesadelos com ele, mas... Quando o vi na minha frente, vivo, intacto...

- Acha que ainda pode estar vivo?

- Eu gostaria de poder dizer que sim, mas o sinto como um fantasma me seguindo mesmo agora. Eu já não consigo acreditar que seja possível matar o Secret.

Bell se aproximara um pouco dos dois ao escutar uma menção ao Secret. Ouvira tudo o que pôde e sentiu empatia pelo Dragão Escarlate, bem sabia ela que caso ele e Lucas não tivessem se livrado dos cristais de gelo, agora ela poderia estar morta ou carregando algum trauma como o do rapaz.

- Chris... – O moreno moveu apenas a cabeça, fitou-a diretamente nos olhos, o que a fazia sentir algum desconforto e perguntou o que ela queria depois de um tempo com uma das sobrancelhas erguidas. – Ah, eu... Eu posso te chamar assim?

- Ah. Sem problema... É só que tínhamos um amigo, chamávamos ele assim. Fazer o que, nomes parecidos existem. – Forçou um sorriso antes de focar novamente o caminho. – Era só isso?

- Na verdade eu queria... – Simulou as palavras, imaginou reações possíveis e pesou, não sabia se deveria dizer mesmo o que passava pela sua cabeça. – Não é nada importante. – Foi sua vez de sorrir. Soltou uma das mãos para vasculhar as roupas. – Não quer um chocolate? Você deve estar com fome.

- Não é problema. – Respondeu. – Asuka City está logo ali.

A muralha prateada da cidade surgiu logo quando as árvores começaram a diminuir até desaparecer deixando espaço para o campo. Incontáveis Digimon se penduravam nela ou sobrevoavam e rodeavam a estrutura metálica carregando ferramentas ou utilizando habilidades próprias no concerto de irregularidades.

Apesar dos ataques descritos por Lucas, das batalhas enfrentadas por ele e Athena ali, Christian sabia que a muralha resistia muito bem. Os inimigos estiveram sempre muito longe de rompê-la, ainda mais sabendo dos escudos eletromagnéticos comandados no castelo e nas torres de vigilância ao longo da muralha.



Poucos eram os que conseguiriam chegar ali sozinhos. Algumas ilhas flutuantes acima do mar, suspensas pela fantástica Trinity Sword – uma espada lendária que teria sido forjada pelas mãos de três poderosas divindades, levando um pouco do poder das três, selando um acordo entre elas por uma duradoura paz. Infelizmente essa duradoura paz também teria o seu fim num amontoado de histórias que levou essa espada as mãos de Royal Knight para fosse possível proteger um grande segredo.

Este grande segredo se escondia na maior das ilhas flutuantes, a que ficava ao centro, com uma descomunal torre alva alinhada a pequenina silhueta da espada. No topo da torre era possível ver uma abóbada de telhas azuis, sempre brilhantes, onde uma incrível estrutura argêntea se encaixava portando as lentes do maior observatório de todo o Digital World. Os tijolos de pedra polida da torre desciam em inúmeras janelinhas, varandas e vitrais em direção a um conjunto menor de torres, arcos e muralhas cercadas por árvores que iam além da imaginação, com folhas verdes, azuis e vermelhas e luzes se espalhando pelos seus troncos – algo causado provavelmente por aqueles fungos coloridos que brotavam naquela floreste com as mais variadas formas e tamanhos.

Dentro da floresta, vários rios e cachoeiras rumavam até as bordas da ilha ou ao majestoso amontoado de torres do palácio, construções se perdiam ali, transformadas em algo cada vez mais fantástico ao ter seus tijolos de pedregosos tomados pelo verde das vinhas e briófitas. Templos nunca antes vistos, masmorras a se perder de vista – tudo aquilo envolto numa atmosfera feérica.

Pés se agitavam entre os arcos, muralhas e paredes do palácio. O local era grande o suficiente para abrigar milhares de Digimon separados em quatro casas principais em treinamento para se tornarem membros da ordem – as quatro casas ficavam nas extremidades do palácio, podendo ser acessada do edifício central por meio de altas pontes de pedra ou por entradas térreas. Os guerreiros da ordem também abrigavam a ilha, moravam no edifício central, enquanto a torre mais alta era reservada aos treze senhores, agora desfalcados.

No interior da torre, dois Digimon místicos caminhavam lado a lado pelo corredor numa acirrada discussão sobre os assuntos que vieram tratar em nome do Concelho Digital. Albudurmon tinha boa parte da face ocultada pela espessa barba prateada, um nariz curvo, olho esquerdo azul e o direito coberto por um conjunto de lentes presas num suporte cor de cobre que se unia a uma máscara – esta que cobria um quarto de seu rosto. Um chapéu cônico azul estava posicionado no topo da cabeça, sobre a cabeleira grisalha que recaía sobre sua capa negra com contornos cor de safira.

O outro, Grindelmon, tinha um casacão negro que tocava o chão e escondia a maior parte do colete azul meia-noite, um lenço negro estava preso ao seu pescoço. As roupas pesadas denunciavam que aquele Digimon estava acostumado a enfrentar o frio. O rosto era pálido, uma boca pequena, queixo fino, olhos semicerrados como se estivesse de ressaca, amarelos e de pupilas alongadas como a de um felino. Seu cabelo dourado escorria-se para trás e se esparramava pelos ombros.

No alto da torre, pouco antes da sala do observatório, um grupo de cavaleiros reuniam-se numa mesa redonda. Apesar da mesa ter doze cadeiras dispostas, apenas três estavam ocupadas, havendo um espaço sem cadeiras para Sleipmon, o Digimon que se assemelhava a um centauro, mas tinha oito pernas e um elmo vermelho no formato do rosto de um cavalo. Nas laterais do elmo seus olhos se revelavam, eram lilases, pareciam atentos aos companheiros. Perto dos olhos, nos dois lados, haviam estranhas combinações de três espinhos curvados de ouro formando, se iniciava ali uma peça prateada que lhe cobria a boca.

Os cabelos longos e arrepiados cabelos prateados se moveram junto de um movimento brusco de pescoço, as pernas se esticaram fazendo o habitual som de armadura por conta das placas escarlate que guarneciam seu corpo. O tórax era no formato de um felino, pedras verdes representavam os olhos, a testa amarela era cheia de linhas e o focinho era púrpura. As disformes placas de ouro, assemelhadas a asas, que surgiam das suas costas por pouco não atingiram o Digimon azul que se sentava ao seu lado.

Este era Ultra, um UlForceVeedramon, um dos parceiros de Lucas. Nessa forma o metal de sua armadura azul parecia se unir completamente aos seus músculos, com exceção de algumas peças, como o grande “V” arredondado e dourado de seu peito, as ombreiras, e os braceletes prateados que se juntavam a suas manoplas. Seu elmo lembrava vagamente o rosto de um dragão, sendo cinza metálico até chegar à altura dos olhos, onde o azul retornava antes dos chifres que saíam retos para trás.

- Eu já tentei os explicar que nossa reunião depende do retorno de Ember e do grupo que partiu aos planaltos de Susanoo sob liderança de Craniummon. – Sua voz soava virtual, mas ali ninguém parecia se incomodar com isto. – O concelho não respeita nem mesmo os seus, já que quer tomar nossas decisões sem Christian. Ele também é um dos membros.

- Talvez devêssemos aceitar que neste ponto eles têm razão. – Olhos verdes o fitaram da outra extremidade da mesa, eles brilhavam por debaixo de um meio elmo em forma de felino castanho, se encontravam num rosto de pele azul. Uma cabeleira loura e ondulada se dispendia da extremidade do elmo para ir de encontro ao chão, dois espinhos azuis iniciavam uma outra peça do elmo, um deles quebrado, uma placa prateada cobria a boca e abafava a voz do cavaleiro. O olhar frio denunciava sua posição, o estrategista Duftmon.

- Mas conhece as intenções deles. O que falta é uma chance e eles nos apunhalarão! – A voz de Ultra começava a se erguer.

- Mantenha a compostura. – O capacete branco de Omnimon deixava espaço apenas para os olhos esmeralda, na testa um chifre branco e levemente curvado, acima da nuca dois chifres dourados. Os braços eram diferentes, num deles estava uma ombreira amarela na forma de escudo, onde se desenhavam em vermelho e no formato de um sol o símbolo da coragem, o outro braço, azul-prateado, tinha espinhos contornando o ombro, ambos se terminavam em cabeças metálicas, um dragão amarelo com três chifres e um lobo azul-prateado de focinho vermelho. O som que ele emitia era a junção de ao menos duas vozes se emaranhando.

- Ei, Omni... – Retrucou o azul. – Sabe bem do que estou falando. Eles não querem humanos no Concelho também, querem todos subordinados a eles. Imagino o papinho com que esses caras virão, dizendo que querem unificar todos os servidores e tentando colocar um dos deles na nova liderança da ordem.

- Embora eu concorde, – começou Sleipmon. – tenho total confiança em Albudurmon para convencer todos a elegerem alguém como Omnimon ou Gankoomon.

- Gankoomon provavelmente está nos planos. – Apontou Duftmon. – Eles se enchem de argumentos contra Gankoomon, mas acredito que querem o eleger. A estratégia deles é escolher um líder que possam manipular e como Gankoomon está sempre ausente, decidiram que ele é perfeito para isto.

- O que eu diria que é muito bom. – Omnimon suspirou, todos lhe encararam de imediato. – Eu diria, caso Gankoomon não tivesse uma missão tão importante. Se ele ficar preso a essa ilha no dever de liderar a ordem, não sei quem poderia dar continuidade a essa missão.

- Talvez, apenas talvez... – Duftmon levantou-se, seu corpo era esguio e sua armadura mesclava elementos castanhos e brancos, uma faixa vermelha enrolava-se em sua cintura, fazendo com que de dois nós fortes, um em cada lateral de seu corpo, desprendessem-se as fitas longas que iam quase até os pés, pequenas asas brancas adornavam as ombreiras.

Ele circulou a mesa até debruçar-se sobre uma janela aberta, dali era possível ver a entrada principal para o jogo de edifícios do palácio, um longo caminho de paralelepípedos limpos que surgia além do arco, se expandia em torno de uma fonte e continuava até o centro. Doze estátuas de mármore, com mais de dez metros cada – na intenção de superarem o tamanho dos cavaleiros e se igualarem ao portal de acesso ao palácio – eram distribuídas até o início dos degraus, uma décima terceira, representando Alphamon, estava colocada diante do portal e aqueles que decidissem entrar deveriam contorna-la.

As estátuas eram uma homenagem a formação original dos Royal Knights. De tempos em tempos ainda era possível recuperar aquela formação, pois aqueles treze vieram ou criaram famílias tradicionais, famílias muito fortes e influentes por ali. Duftmon pensava nisso enquanto pausava sua fala, a última formação foi igual a esta, com a diferença de que as posições eram diferentes. Quando é que conseguiriam algo assim novamente?

- ... devêssemos entregar essa missão a um Digimon de fora.

- O que diz? – Sleipmon demonstrou frustração e incredulidade.

- Alguém de nossa confiança... Não só isso, um dos grandes amigos de Gankoomon. – Continuou ainda debruçado. – Afinal, existem poucos em quem aquele velho confia.

- Por que não diz sua sugestão de uma vez? – A voz dupla lhe fez fechar os olhos e depois de matutar, virou-se ao grupo, fitou Omnimon nos olhos.

-Panjyamon, é claro.

- Acha que ele aceitaria?

- Sinceramente? – Negou com a face. – Duvido, mas não imagino quem mais poderia dar o exemplo que aquela criança precisa. Não conheço nenhum tipo mais nobre que Gankoomon e Panjyamon. Afinal, vimos o trabalho da Fera Branca de perto, ele foi um grande professor e poderia ter se tornado um dos treze senhores se não tivesse abandonado tudo.

- Ele tinha bons motivos. – Omnimon deixou transparecer algo além de calma pela primeira vez, parecia que, em sua mente, estremecia. – Gosto de acreditar nisto.
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Mensagem por Convidado Qui 08 Dez 2016, 5:47 am

Olá Kyu . Já estava sentindo uma imensa falta da sua maravilhosa fanfic . Fico feliz que tenha postado um novo capitulo . E eis que os Tamers retornam ao Digital World . Jeremy tarado olhando as roupas intimas da Bell . Se eu fosse ela metia uns cascudos na cabeça dele só para largar mão de ser besta . O que exatamente é este " Conselho " do qual Christian falou que deseja controlar os ultimos Royal Knights e por que é dito que é um " ninho de viboras " traiçoeras e manipuladoras em que não se pode confiar ? Achei interessante a descrição da cidade de Asuka e dos Digimon parceiros de Athena . E fiquei feliz que você tenha aceitado usar minha ideia da Agumon fêmea e adorei ainda mais que tenha usado sua evolução de WarGreymon feminina . Mas virgem cruz mais um inimigo mega foderoso surge para enfrentar o tal do "Hyoga". Qual é o Digimon parceiro dele que esta literalmente varrendo o chão com os companheiros de Athena . Eu esperava ver os parceiros Digimon de Athena demonstrando seu poder não tomando um cacete daquele maluco psicopata que só fica falando de modo doentio " da música " e falando uma poesia de versos psicoticos espero sinceramente que Athena um dia de o troco no miseravel e acerte um soco tão bem dado que lhe arrebente os dentes e o jogue em orbita e que ela ainda revide e devolva ao maniaco multiplicado por dez toda a surra que ele lhe deu nesse episódio sem precisar que Christian , Lucas e Bell venham ajuda-la . E fiquei triste ao saber que Alphamon não existe mais e que pelo menos por enquanto nenhum outro Digimon do mesmo tipo de Alphamon surgiu para ocupar seu lugar . Pela conversa entre Ultra o UlforceVeedramon , Sleipmon , Duftmon e Omegamon só restaram eles Gankoomon ( que Omegamon teme que se torne um fantoche manipulado em segredo pelo misterioso Conselho ) os tais do Albudurmon e Grindelmon dois discipulos dos Royal Kinights sobreviventes e " talvez " o pequenino Jesmon que ainda deve ser Hackmon e não completou seu treinamento para se tornar um lider mais responsavel do que Alphamon para os Royal Knights além de Ember que é o atual Dukemon do Digital World mas pelo visto Examon , Lord Crusadermon , Dynasmon , Magnamon , Craniummon e Alphamon não estão mais presentes . Gostei do episódio mas fiquei curioso . Que que tem Panjyamon o Digimon Leão Branco do Gelo para ele ser considerado tão importante pelos Royal Knights ? Por acaso seria aquele mesmo Panjyamon do RPG/Fanfiction "Digimon Guardiões Digitais" com uma filha adotiva humana chamada Kin ? Enfim otimo episódio Kyu eu aguardo mais .

Se me permite tenho novas sugestões Kyu :

Spoiler:


Última edição por KaiserLeomon em Qui 08 Dez 2016, 5:28 pm, editado 8 vez(es)

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Mensagem por Kyuketsuki Qui 08 Dez 2016, 7:48 am

Bell seria mais agressiva se não fosse tão tímida, tenho certeza.

Sobre Athena, tenha certeza de que ela irá se mostrar como mulher forte - assim como se pode dizer de Bell com a evolução da personagem. Infelizmente eu fui obrigado a fazer essa derrota humilhante para demonstrar duas coisas: primeiramente o poder que os Doze podem deter, apesar de nem todos serem tão poderosos quanto Hyoga; o outro ponto era mostrar o poder de Kori, dar uma pista do que ela é e da razão de isto ser importante. Estou ansioso para fazer o desenvolvimento da relação entre Hyoga e ela.

Ah, já ia me esquecendo. O poema recitado por Hyoga é um trecho de Terra Desolada de T.S Elliot. Eu realmente adoro esse poema e é bom saber que um dos personagens também goste, apesar do modo que o recitou.

Sobre os Royal Knights, foi citado que Craniummon lidera uma equipe nos arredores de Susanoo, por isto ele está  ausente. Existem outros Royal Knights ausentes, inclusive um Alphamon. Como eu já disse, as posições e os Digimon que as ocupam dentro dos Royal Knight não serão fixos nesta fanfic.

Albudurmon e Grindelmon não são discípulos dos Royal Knights e sim membros do Concelho presentes para a reunião que será realizada entre eles na decisão dos novos membros da elite dos Royal Knights e escolha de um novo líder. Isso me faz lembrar o quanto o Concelho está errado em seu julgamento sobre Gankoomon, e os Royal Knights presentes deixaram isto bem claro.

Gankoomon é supostamente alguém fácil de se manipular por conta de estar sempre ausente, afastado da sede dos Royal Knight. Na verdade ele é um dos membros mais antigos e tem um motivo forte para estar longe, uma missão, como disseram os outros cavaleiros, que apenas ele poderia fazer - ou o seu grande amigo Panjyamon.

Panjyamon fará a sua aparição logo e demonstrará que o nível de evolução de um Digimon não é a única forma de este se tornar forte.

Christian teve más experiências com o Concelho, afinal ele também é um membro, mais especificamente o primeiro humano a se tornar membro. Ele viu de perto como as decisões são tomadas e os interesses de quem são sempre defendidos.

Eu esperava que falasse sobre os poderes da Kori e a Trinity Sword que mantém as ilhas onde se instalam os Royal Knights flutuando. Esta espada é uma referência a Master Sword de The Legend of Zelda, assim como as ilhas flutuantes são uma referência ao jogo Skyward Sword da franquia.

EDIT: Esqueci de falar sobre suas sugestões. Apesar de gostar delas, especialmente do Kinglionmon, já tenho uma evolução definida para Panjyamon - mesmo que ainda não tenha decidido se realmente o farei evoluir.
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Mensagem por Convidado Qui 08 Dez 2016, 8:13 am

Compreendo Kyu estou bastante curioso para ver quem deverão ser os futuros novos membros da Ordem dos Royal Knights . Imagino que nem todos sirvam aos interesses do Conselho e que existirão entre eles membros que se mostrarão mais leais a causa dos Royal Knights . Eu confesso que não tinha notado esta citação ao poema " Terra Desolada  " que você citou . Eu leio muito mas também não sou exatamente um leitor erudito capaz de citar obras mais proeminentes da literatura . Uma pergunta qual é o Digimon parceiro de Hyoga que nem ao menos se mostrou e já varreu o chão com os Digimon de Athena ? Se me permite outra sugestão :

Spoiler:

Desculpe eu ia falar da " Trinity Sword" mas acabei me esquecendo . Ela me lembrou a espada " Trident Gaia " de VictoryGreymon . Imagino que deva ser uma arma super poderosa .

Também ia falar sobre Kori e Lupusmon fiquei bastante curioso sobre eles . Athena parece ter um apresso especial pela menina e ela parece esconder um poder imenso debaixo de sua fachada de fragilidade . Isso teria haver com a origem de Lupusmon ?

PS: Tudo bem quanto a Panjyamon eu também editei lá e coloquei outro Digimon Leão para ser o " Lendario Cavaleiro dos Leões " dos Royal Knights .


Última edição por KaiserLeomon em Sex 09 Dez 2016, 2:31 pm, editado 10 vez(es)

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Mensagem por Kyuketsuki Qui 08 Dez 2016, 8:30 am

O parceiro de Hyoga será revelado na próxima ou na terceira aparição do personagem. É um Digimon tão raro quanto Lopusmon, além de ter a mesma origem, algo que explicarei mais tarde. O que o torna tão forte é exatamente a sua origem.
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Mensagem por Convidado Qui 08 Dez 2016, 8:40 am

Entendo . Eu estarei aguardando . Mas vem cá ... " Hyoga " ? Você se inspirou em Saint Seiya os Cavaleiros do Zodiaco correto ? Será que também não vão ter um " Seiya " , um " Shiryu " , um " Shun " e um " Ikki " além de " 12 Cavaleiros " equivalentes aos " Cavaleiros de Ouro " de Saint Seiya ?

PS: Coloquei MadLeomon (Purificado) pela luz sagrada do Digivice como nova evolução de KingLionmon que você acha ?

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Mensagem por Kyuketsuki Qui 08 Dez 2016, 9:13 am

Na verdade o nome Hyoga foi dado a ele apenas pela ligação com o frio, vem do japonês "Hyōga" e até onde meus conhecimentos permitem, isto significa glacial.

Eu havia visto. Gostava bastante do MadLeomon em Xros Wars. Acho interessante, poderia usá-lo em algum momento, mas não será na linha evolutiva do Panjyamon.
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Mensagem por Convidado Qui 08 Dez 2016, 10:04 am

Ah sim compreendo desculpe por esse pequeno erro da minha parte Kyu é que estou tão acostumado a ouvir o nome Hyoga como um dos Cavaleiros de Saint Seiya que meio que a gente se esquece de que existem outros " Hyoga " nos animes e fanfics além dele .

Sobre MadLeomon (Purificado) a ideia era usar ele na fanfic como um Digimon próprio e único não como uma evolução de Panjyamon . A evolução de Panjyamon se por acaso ele chegar a evoluir seria a que você imaginou .

MadLeomon (Purificado) seria outro Digimon que apareceria ao longo da historia e sua linha evolutiva seria aquela que eu coloquei : White Leormon -> MadLeomon (Purificado) -> GeneralLeomon -> KingLionmon .


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Mensagem por Kyuketsuki Sáb 10 Dez 2016, 4:15 pm

- O que exatamente você viu?

- Eu não... Não sei... – Ela fechava os olhos sob a luz tremulante da lareira. Os dedos se entrelaçavam para que ela escondesse o rosto ali. Logo em suas costas, Lopusmon descansava, ela se apoiava nele, o acariciava vez ou outra.
- Tudo bem.

- O que irá fazer com a gente? – Os dedos se soltaram, arrebentaram as ligações de uma mão com a outra, desabaram sobre o colo da garota.

- Pedir que tome um banho antes de começarmos.

- Começarmos o que?

- O seu treinamento. – Ele finalmente saiu das sombras, a capa se arrastou sobre o chão frio, depois sobre o carpete. Agachou-se diante dela, fitou-a nos olhos. – Você não deve deixar que ninguém saiba sobre isto. Eu tive de me explicar pelos ataques de meu exército a Asuka, contei que haviam boatos de uma arma. Fiz um relatório de como eu mesmo a destruí depois de uma batalha difícil contra Lucas e Athena.

- Mas o Lucas...

- Eu soube. Eles ainda não sabem. – Levantou-se, a luz atingiu vermelha atingiu os cabelos azuis tingindo-os de preto. – Deve guardar segredo ou entrego logo a informação, digo logo a eles que o Dragão Escarlate está de volta. Sabe a vantagem de Asuka por este segredo? – Ela acenou com a cabeça e fechou os olhos. – Certo. Irei mostra-los como usar e controlar as suas habilidades...

- As nossas... habilidades?

- Sim, sacerdotisa.



Capítulo 6 – Um tempo para pensar e maquinar.


Foi gratificante para Christian ter aquela refeição em sua casa. Os melhores cozinheiros de Asuka responderam rapidamente ao chamado de Athena para preparar um banquete a todos os que acabavam de voltar ou chegar da Terra. Primeiro, é claro, tiveram tempo para um banho. Por sorte havia mais de um banheiro na casa. Jeremy tomara banho no banheiro do andar de baixo e ocupara um quartinho pequeno por ali mesmo.

Lucas fora para a própria casa do outro lado do palácio para tomar banho e trocar de roupas. No caminho passou em lojas pela Praça do Leão e pediu para que enviassem roupas masculinas e femininas para a casa de Christian. Tivera que adivinhar os tamanhos. Esperando que estivesse certo, continuou sua caminhada. Passou por um parque cheio de Digimon do nível Rookie brincando sob supervisão de alguns Champions, esbarrou num Yukidarumon que andava junto de dois Pawnchessmon brancos – algo que achou muito estranho, ambos não eram comuns por ali.

Bell entrara em um dos maiores quartos. Retirava agora, com ajuda, um dos curativos de sua perna. O Dragão Escarlate conseguira acelerar muito o processo de cura depois que se encontrou com Ember, embora não fosse especialista em magias do tipo. Fora ele também que retirara a dor de tempo em tempo durante a caminhada até a sua casa e, é claro, para que a moça conseguisse subir as escadas.

Depois de cortar o curativo, foi ao banheiro preparar o banho quente. Diferente do outro banheiro, este tinha uma grande e funda banheira retangular com vista para espelhos e janela, além de uma ducha dentro de um box. Era amplo e fresco, não abafado e nem húmido como a maior parte dos banheiros.

- Acho que essa temperatura está boa. – Disse experimentando a torneira. – Vamos. Não devo ter perdido o jeito. – Tinha com ele dois pacotinhos pequenos retirados dos caixotes recebidos por Athena mais cedo. Abriu os dois, um com folhinhas secas amarelas, outro com um pó cinza escuro. Cheirou a primeira e se satisfez com o aroma, depois despejou os dois dentro da banheira e quando estava cheia colocou as mãos dentro. – Sem dizer as palavras é complicado, mas eu posso conseguir...

- Ou pode se matar. – Ember teria assustado a qualquer um, mas a ligação mental entre eles não estava bloqueada por nenhum dos dois nem por terceiros, assim ele sabia com antecedência a aproximação do parceiro.

- Ah. Não acredito nisto. Quero dizer... Você sabe. – Os dois se entreolharam. – O meu portal.

- E se puxar mais energia do que seu corpo precisa? – Respondeu o réptil. – Faz tempo que você não faz essas conjurações.

- Eu sei. Mas também sei que consigo. Vamos. – Ele se concentrou, começou a pensar numa outra língua, não aquela que o Digivice o ajudava a falar, nem mesmo a sua língua pátria, uma linguagem há muito esquecida que era estudada pelos feiticeiros, druidas e clérigos do Mundo Digital. Ele pensou exatamente na frase “Água, esquente até ferver”. Tinha em mente que o Mundo Digital fora programado naquela língua, afinal a programação é sempre uma sequência de códigos que ordenam a forma como sistemas devem funcionar.

- Conseguiu. – Ember olhou admirado, não por estar surpreso, mas sim com orgulho em saber que o parceiro ainda conseguia fazer coisas como aquela. A água borbulhava diante dos olhos dele, o que forçou Christian a retirar as mãos logo depois de concluir o feitiço.

- É. Consegui.

- O que exatamente colocou na água?

- Folhas de macieira de ouro diretamente das ilhas flutuantes. Agradeça aos seus. – Respondeu pensando na ilhas ocupadas pelos Royal Knights, as quais somente eles e alguns grupos seletos tinham acesso. – O pó é de freixo. Coisa dos druidas.

- Faz tempo que não vemos um. – Ele retornou para a porta do banheiro. – Isso vai ajudar ela a se regenerar?

- E a proteger. Esses ferimentos a deixam vulneráveis. O freixo fecha o corpo dela para gente como eu não a atingir com magia negra. – Suspirou. – Afinal. Você viu a cara de preocupação da Athena? Ela normalmente é mais feliz que aquilo. Alguma coisa aconteceu. Todo cuidado é pouco.

- Então você está apaixonado por ela?

- O-o que? – O rapaz se levantou de forma brusca com as bochechas em chamas e os pelos se arrepiando. – É claro que não!

- Você está escondendo uma parte dos seus pensamentos já faz um tempo. – Ember o encarou. – Mas, mesmo que não soubesse pela nossa ligação que está sentindo algo, eu saberia pelo seu cheiro.

- E não tem certeza do que é? Há! Você não tem! – Apontou-lhe o dedo indicativo.

- Não te ensinaram que é feio apontar?


Ember descera as escadas sozinho, vira o casal de Burgermons, estranhos seres de pele palha, barrigas avantajadas, roupas de cozinheiro – um macacão branco com um avental azul escuro – e cabelo e barba loiros. Uma boina italiana marrom estava sobre a cabeça de cada um deles com gergelim salpicado.

- Ciao, Ember! – Disse o Burgermon macho com um sotaque.

- Como vai, Vitorio? – Respondeu ele.

- Muito bem, muito bem! – Ele sorriu mexendo no bigode, os olhinhos negros se apertando. – Está com fome, não é? Pegue um pão! – E jogou um enorme baguete para a boca do filhote de dragão que abocanhou no meio e agradeceu com um aceno de cabeça.

Athena estava com Hanna na sala de estar, as duas se esticavam bastante no sofá. Talvez estivessem tirando um cochilo pouco antes de Ember chegar. Athena deu uma longa espreguiçada seguida de um bocejo gostoso, um som de urso se espalhando pela sala. Depois olhou em volta esfregando os olhos e encarou o vermelho quando chegou ao centro da sala.

- Onde está o Christian?

- Está dando banho na Bell. – Disse sem nenhuma emoção transparecer.

- Dando um banho na Bell...? – Pensou um pouco, o sono de agora pouco lhe tirara o entendimento das coisas. Enfim reagiu. – O QUE? ELE ESTÁ DANDO UM BANHO NELA? PRECISAMOS TIRAR AQUELA POBRE MENINA DAS MÃOS DESSE MISERÁVEL! ELE ESTÁ SE APROVEITANDO DELA! ISSO NÃO PODE FICAR ASSIM! EU VOU ATRAVESSAR ELE NA PORRADA! – E saltou do sofá, parou em pé com uma carranca e um punho cerrado.

- Não é bem assim. – Mais uma vez sem se deixar demonstrar muito em seu tom de voz.

- VOCÊ ESTÁ DEFENDENDO AQUELE SAFADO!

- Eu?

- É! VOCÊ! – Mas percebeu que a voz não era a de Ember dessa vez. Foi uma pergunta cheia de ironia vindo de Christian. – VOCÊ! EU DESCONFIAVA QUE ROUBAVA CALCINHAS, MAS ISSO?

- Eu só a ajudei a tirar o curativo, tentei tirar mais um pouco da dor dela e fiz um ritual usando a água e algumas ervas aqui de casa para evocar o mal usando o corpo dela como hospedeiro.

- Ele fez aquilo! – Hanna se manifestou pela primeira vez.

- Aquilo?

- Você não se lembra? Quando lutamos com Gaiamon! Nós estávamos bem feridas, ele disse que um amigo o disse para usar folhas de macieira dourada para um banho, que isso acelerava a cura.

- Foi isso mesmo... – Ember passou perto de Athena para se juntar ao Parceiro no arco de entrada para a sala.

- Ah. Aquilo. – Ela começou a se lembrar disto. As folhas da maçã de ouro são bastante raras e caras. Na época Christian não era conhecido como Dragão Escarlate. Fora a primeira batalha daquela escala em que se metera e na verdade não estava pronto. Ele lutou mesmo assim e ainda a ajudou a se curar junto de Hanna. De certa forma isso a fez lembrar de como Kori a curou na madrugada anterior. Ela sem dúvidas estaria morta caso não fosse o que a japonesa fez. – Ela me deu uma segunda chance para acabar com aquele maldito. – Deixou o pensamento vazar por meio de um sussurro.

- Quem?



Bell atravessara o quarto algumas vezes com a toalha enrolada no corpo, pensativa. Depois foi até a porta e certificou-se de que estava trancada, voltou a um espelho e soltou a toalha, olhou para a lateral do abdômen onde havia uma cicatriz, depois para a coxa – agora sentia como se os estilhaços ainda lhe atravessassem a pele fazendo sua carne queimar. Soltou um gemido de dor e fechou os olhos com bastante força.

Abriu. Fitou a si mesmo novamente. Tinha acumulado um pouquinho de gordura ali? Talvez fosse uma paranoia. Talvez estivesse magra, afinal tinha braços e pernas consideravelmente finos. Estava então num extremo? Cheia de cicatrizes, tão magra, tão pálida que parecia um fantasma. Do que se orgulhar em sua aparência? Os seios, talvez? Foi o primeiro detalhe em que pensou, depois se envergonhou por isso e o cobriu logo com uma camiseta cinza folgada.

Já sabia, tinha um rosto bonito. Era fino, com sardas espalhadas ali e aqui, olhos profundos de um azul que só poderia ser visto dentre os Cavaleiros da Montanha Nevada de Susanoo. Fora assim que adquirira aqueles olhos de safira. Fora assim também que o cabelo ficara daquela cor. Era castanho escuro antes, tinha certeza. Esse cabelo era ainda mais raro. Havia apenas mais um dentre os Cavaleiros que adquirira isto, o seu ex namorado. Uma relação fracassada, mas em tempos de solidão se perguntava o que ele estava fazendo.

- Ele sumiu, não é mesmo?

- Sim. – Sua sombra respondeu e dela emergiu uma alta raposa esguia. – Não deveria pensar nele.

- Talvez não mesmo, não é? – Ela enfim vestira uma calça moletom preta. Se sentiu bastante confortável. – Acho que vou dormir um pouco antes de descer para comer.

- É claro. O Dragão lhe camará antes de servirem, tenho certeza.

- É estranho o seu tom para falar dele.

- É porque mal escuta o seu.




- Estou de volta. – Hyoga caminhava por um tapete vermelho que atravessava um amplo salão. O piso prateado e polido fazia com que toda a estrutura de abóbadas e pilares cinzentos dignos de uma construção gótica fosse refletida abaixo dos pés dele. Aqueles que o recebiam eram outros humanos que vestiam uma capa igual a dele. Sob aquela luz vespertina era possível notar o símbolo que cada um tinha nas costas. – Hyoga, senhor da Lua e da Caça ao seu dispor.

Se agachou ao fim do tapete, num altar. Enquanto a maior parte dos membros se dividia entre o lado direito e esquerdo, haviam três deles sentados após alguns degraus. No centro, no maior trono, um homem louro, por volta de seus vinte e cinco anos mantinha um olhar autoritário. O cabelo curto se projetava para trás, o corpo robusto se tornava altivo com a única capa diferente, uma com pelos macios e volumosos nas laterais internas. O nariz era comprido e reto, os olhos eram azuis.

- Hyoga! Vamos, levante-se! Afinal, não teve uma missão bem sucedida? – Se inclinou na direção do japonês.

- Mas é claro. – O asiático se levantou e encarou o altar. Uma figura menor à direita escondia totalmente a face com o capuz puxado para frente, já à esquerda, o senhor das Sombras e da Noite, deixava um sorriso de satisfação aparecer sob a projeção do capuz. Foi para ele que Hyoga dirigiu um olhar rápido e suspeito antes de voltar-se ao seu líder novamente.

- E então. O que tem para a gente. – Uma voz jovem e feminina veio da direita. Era a pessoa encapuzada sentada ao lado de seu líder.

- Bem... Eu tive de punir alguns de meus espiões. Apesar de conhecer o poder destrutivo da arma, no caso um canhão semelhante aos de Amaterasu, não se tratava bem de uma emergência. De qualquer forma, eles já não o tem. – Deu uma pausa dramática. – Os doze talvez fiquem felizes em saber que eu, o sexto, trouxe de volta um Digimon traidor.

- Está falando de Lopusmon? – Dessa vez a voz veio da esquerda, a sua esquerda. Era um rapaz de estatura média com cabelos prateados se arrepiando um pouco lateralmente. – O parceiro de Bruna, a sétima?

- Ex sétima. Se esquece que graças a traição de sua comandante você se tornou um dos Doze? – O líder o fez estremecer com um único olhar inexpressivo, a boca formando uma linha reta. – Você como subordinado direto e pupilo de Bruna deveria ter percebido as intenções dela e nos poupado de grandes preocupações. Pequenos detalhes nos levam a falhas miseráveis. Perdemos a chance de eliminar os Três Tamers Lendários e atrasamos os nossos planos pelos danos causados por ela.

- Pode ter certeza de que compensarei minhas falhas agora que pertenço aos Doze. Eu irei provar o meu valor como Senhor dos Ventos. – E curvou levemente a cabeça e o corpo, retornou a postura ereta de antes.

- De qualquer forma, está certo. É o Digimon de Bruna.

- Então, sugiro que o executemos imediatamente. Não podemos deixar que um simples resquício do passado altere todos os planos. – Disse a garota encapuzada.

- Na verdade, acho que isso seria um desperdício. Tenho a garantia de que ele acatará a todas as minhas ordens.

- E qual seria essa garantia? – O louro se debruçou para frente novamente, um punho sustentando o queixo quadrado.

- Minatozaki Kori, uma de minhas espiãs mais competentes, minha pupila e também a nova parceira de Lopusmon. – Todos os onze o fitaram curiosos ou desconfiados, era possível sentir esse olhar atravessando a sombra e penumbra dos capuzes da Segunda e do Terceiro para decolar em Hyoga. – Ele bem sabe que caso se rebele, a Tamer morre.



A mesa era longa. Agora todos começavam a se juntar ali, começando por Athena que chegou junto dos dois BlackAgumon, depois viera Jeremy. Christian subiu as escadas e bateu na porta de Bell, ela abriu entre bocejos e desceu com Gaomon ao seu lado. Strikedramon era grande demais e BlackRenamon preferiu ficar no quarto também. A garota prometera trazer comida para eles ao fim do almoço.

Lucas foi o último a se juntar à mesa. Com ele vinha o Coronamon e uma mulher bastante alta vestida num colante vermelho com largos decotes e a barriga a mostra por um desenho cortado sobre a roupa. Uma capa aparentemente formada por folhas e unida num botão esférico rosa caía sobre os ombros e levantava altas golas em torno da cabeça que, por fim, era metade tapada por um capacete em forma de botão de rosa. O cabelo dourado balançou sobre o restante da capa enquanto ela se sentava numa das cadeiras e cruzava as pernas.

- R-Rose. – Dissera Ember nervoso ao olhar para a fada.

- Oi, Ember. – Respondeu com voz suave.

- Uma Rosemon. Como é linda... – Bell debruçara sobre a mesa para observar a Digimon.

- Obrigada. Você também é muito bonita. – Mas Bell não respondeu, apenas corou e sibilou. Recostou novamente na cadeira no aguardo do Burgermons que passaram com bandejas espalhando os mais variados pratos, das mais incríveis cores, sobre a mesa.

Já era consideravelmente tarde quando terminaram a refeição. Bell e e Gaomon subiram as escadas para descansar no quarto, Jeremy seguiu também para o seu quarto. Quando restaram apenas Lucas, Apolo, Rose, Christian, Ember, Athena, Hanna e Rocco juntos da mesa, uma séria reunião teve início com um relatório sobre as últimas semanas até a invasão que levou ao rapto de Kori.

- O-o que? – Lucas empalidecera, cerrou os punhos e os bateu sobre a mesa. – Não. Isso não pode ter acontecido.

- O que você se lembra do raptor? – O Dragão Escarlate erguera a voz para atravessar e se sobrepor aos gritos e murmúrios dos outros.

- Ele tinha cabelo azul, era alto. Era asiático, tenho certeza, e bonito. Não escutei o nome dele. O Digimon dele. Isso era assustador. Nós nem pudemos vê-lo. Em pouco tempo estávamos caídos e então veio uma luz muito forte.

- De alguma forma sabemos que quem nos salvou foi a Kori. Sentimos isto. – Hannah completou as palavras de sua Tamer.

- Já vimos algo assim antes. – Todos olharam para Ember.

- É verdade. – Christian depositou as mãos sobre a mesa e as usou de apoio para se levantar. – Ela deve ser algum tipo de mago clérigo. Só é estranho que esse poder tenha sido despertado sozinho. – Encarando Lucas, ele concluiu: - Você deve descansar. Temos a certeza de que nada ruim irá acontecer a ela.

- O que? Eu não posso ficar parado aqui enquanto ela está com eles! – Lucas se levantou empurrando a cadeira. A madeira se arrastou fazendo um longo ruído agudo. – Eu tenho de salvá-la. Sempre foi assim que fizemos!

- Ele tem razão, Lucas. – Rose depositou as mãos enluvadas sobre o ombro do Tamer, massagera a região enquanto falava com serenidade. – Ela é importante demais para que a matem, isso é certeza quando se trata de um clérigo. O melhor que temos a fazer é descansar e depois treinar para o maior desafio de nossas vidas. Se ele venceu Athena dessa forma, imagine o que todos os Doze juntos poderiam fazer caso tentássemos invadir o território de um deles.



Bell sentira-se inquieta pela madrugada, virara de um lado para o outro em busca de paz, mas os pensamentos a caçavam em seja qual direção fosse, atravessavam os lençóis e muitas vezes os utilizavam para a sufocar. Talvez devesse ter se acalmando um pouco e procurado também pela calça antes de sair do quarto zanzando pelo casarão, pois apesar de a camiseta chegar a tapar os primeiros dois palmos de sua coxa, ela morreria de vergonha se encontrasse alguém.

E foi o que aconteceu, não só uma vez. Primeiro encontrou Jeremy olhando por uma janela no andar de cima – talvez porque tinha uma vista melhor ali do corredor. Os pés descalços da moça então se paralisaram e seu rosto ficou em chamas. Tentou voltar em silêncio para o quarto, mas ele a viu e foi até ela antes que ela pudesse chegar a porta.

- Ei, Bell. Espera. – Ele segurou o seu braço, ela tentou se soltar, mas ela insistiu.

- Se não me soltar agora...!

- Eu só queria dizer que... – Mas ela aguardou que ele terminasse. Teve de aguardar bastante, pois ele parou de dizer e ficou olhando-a direto nos olhos por um bom tempo. Quando ela já se arrependia de ter dado direito à palavra para ele, o garoto a puxa forte pelo braço e, apertando-a contra o corpo, lhe dá um beijo.

Ela demora um pouco para assimilar tudo aquilo. Na verdade, no início se deixa entregar, não ao beijo, mas à sensação familiar, às memorias que vinham de seu primeiro namoro. Fora em Susanoo com um dos companheiros da ordem dos Cavaleiros das Montanhas Nevadas. Quando ela percebeu que o tempo passou, que aquilo se tornara pretérito e que nem mesmo sabia como estava o rapaz, levantou uma das mãos e após um empurrão, lascou um tapa bastante forte contra o rosto de Jeremy.

O rosto fora virado pelo tapa, o próprio corpo se curvava naquela direção. Retornou paulatinamente para olhá-la com uma expressão intraduzível, um misto de medo, arrependimento, vergonha. Ela deixou-se arfar, levou as mãos ao rosto. Se curvou, andou para trás até encontrar a parede.

- Nunca mais... Nunca mais chegue perto de mim.

O estalo alto do tapa havia chamado a atenção de Christian, que mal conseguia dormir e agora estava no banheiro a encarar o próprio reflexo. Entrou ali antes da chegada de Jeremy. Agora abriu a porta e vislumbrou Bell ofegante e possessa, encostada a parede, curvada para frente, para as mãos que esfregavam o rosto. Viu Jeremy descer as escadas rápido.

- Você está bem?

- Eu não sei. Eu só... – Ela levantou o tronco e as costas tocaram a parede como um todo. – É uma besteira.

O moreno foi até ela e se encostou na mesma parede logo ao lado. Os dois deslizaram até estarem sentados com os joelhos próximos do corpo.

- Ele só... Só gosta de você.

- Talvez goste. – Ela virou os grandes olhos de safira na direção dele e os dele estavam como âmbar. – Acho que não consigo lidar com isto. E é cedo. Ao mesmo tempo, é como se fosse impossível sentir algo por alguém de novo.

As mãos de um fantasma a assombravam-na, um fantasma azul que se dissipou quando os braços do Dragão Escarlate envolveram seu pescoço. Ele puxou a cabeça dela para o seu ombro e começou a acariciar o cabelo.

- Acho que sei bem como é.

Ao olhar para frente ele via uma figura mórbida. Um ser esguio e alto se curvando para caber no corredor, roupas brancas, braços e pernas longas, um capuz escuro envolvendo uma máscara dourada onde haviam seis olhos vermelhos. As mãos da criatura tinham dedos nodosos com unhas pontiagudas, a silhueta de uma moça jazia sob elas.


__________________________________


Esse capítulo marca o início de um novo arco agora que os Doze fazem sua primeira apresentação e deixam uma ideia de como o grupo funciona. Eu tentei espalhar pistas pelo capítulo sobre o passado de alguns personagens.

Sobre a sugestão que me fez por MP, Kaiser, é uma daquelas que não posso utilizar. O MadLeomon em sua forma purificada é possível pois qualquer um pode dizer que ele foi purificado e ganhou algumas características físicas diferentes, como por exemplo a cor. No caso dessa nova sugestão, é um fanmade de outra pessoa que eu não conheço, assim eu não usaria. Além do mais, não haveria espaço para esse Royal Knight por eu já ter decidido quais Digimon ocuparão as vagas livres dentre os 13.
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Mensagem por Convidado Sáb 10 Dez 2016, 5:33 pm

Poxa Kyu você foi bem rapido em postar um novo capitulo da sua fanfic . Fiquei até meio impressionado porque eu geralmente demorava dois ou mais dias para postar um capitulo quando ainda me sentia inspirado a escrever fanfics mas você praticamente só levou um dia para postar a sequência da sua historia . Estou bastante impressionado . Primeiramente não se preocupe com o fato de você não poder utilizar o Digimon que eu lhe sugeri por mp era somente uma sugestão eu compreendo que você não possa utilizar todas as sugestões que eu lhe dou porque já tem a trama da sua fanfic bem definida na sua cabeça e já tenha os personagens que irão participar dela bem escalados não se preocupe com essa parte porque eu a compreendo . Bem enfim Lucas , Apollo , Christian , Ember , Bell e seus Digimon e Jeremy chegaram a cidade de Asuka . Quer dizer que Hyoga é um Clérigo conhecido também como " Hyoga, senhor da Lua e da Caça " ? E que os 12 são doze clérigos muito poderosos com algum plano obscuro ? Poxa Kyu eu esperava que você fizesse um uso um pouquinho mais digno e mostrasse um " Clérigo do Bem " não um " Clérigo Maligno " . Ou não é bem assim como aparenta a primeira vista e Hyoga deseje outras coisas para Kori e Lupusmon e esteja na verdade fazendo um jogo duplo e na verdade tenha seus próprios planos para Kori ? Achei divertido Christian dar um banho em Bell com um balsamo curativo de Druidas . Teremos Druidas também nessa fanfic ? Só lembrando que Merlin ou " Merlinus Ambrosius " era um Druida ? E Druidas são um tipo de mago com uma forte ligação com a natureza . E poxa que moral . Christian lutou contra Gaiamon antes de se tornar o Dragão Rubro ? Era a Gaiamon " Appmon " de Digimon Universe ? Ou era a Digimon Gaiamon a Mãe-Terra Primeira dos Titãs Digimon ? E comedia a reação de furia de Athena ao ouvir que Christian estava dando um banho na Bell . Achei engraçado também ver o Dragão Rubro todo sem jeito quando Ember lhe perguntou se ele estava apaixonado por ela . Só que o Dragãozinho Vermelho sacana também ficou todo sem jeito ante a bela Rosemon . Aproveitando eu tenho uma nova sugestão de uma Digimon que poderia aparecer na sua fanfic :

Spoiler:
. E poxa . O Jeremy levou o maior tabefe na cara da Bell coitado . Fiquei com pena dele desta vez pois ele era só um garoto ingenuo que queria demonstrar seus sentimentos por alguém de quem pensava gostar . Mas agora veremos os 12 em ação e saberemos daquilo que são capazes . Otimo episódio Kyu aguardo mais =D !

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Mensagem por Kyuketsuki Sáb 10 Dez 2016, 6:18 pm

Na verdade os Doze não são clérigos. Quase todas as vezes em que os clérigos foram citados eram para descrever Kori que, como mostrado no capítulo anterior, detém uma habilidade incomum de cura. Ainda haverão muitas explicações sobre como a magia dos magos clérigos funciona aqui.

Os Doze não são formados por apenas um tipo de indivíduo. Dentre eles existem magos e não magos, alguns com parceiros Digimon, outros fazem um tipo de evolução híbrida. Pode haver um clérigo que recebe poderes de um "deus ruim" ali dentro, mas isso não significa se tratar de um grupo de sacerdotes.

Sobre o banho de Bell, o Dragão Escarlate apenas preparou o banho para que ajudasse na regeneração de seus ferimentos. Ele não deu banho nela literalmente. Digamos que Ember estivesse com alguma vontade de sacanear o Tamer.

Lucas é o único dos Três Tamers Lendários que não participou nesta batalha contra Gaiamon, o titã. Essa batalha irá aparecer em flashbacks com o decorrer da fanfic.

Embora não tenha feito nenhuma teoria sobre a tal Bruna, o passado de Christian e quem seria esse amante de Bell, aqui está falando sobre o Hyoga e suas intenções. Espero que eu tenha deixado claro que o Hyoga é um dos membros mais poderosos dentre os Doze (o que significa que vai demorar para que a Athena dê o troco nele) e também um dos mais influentes. Como é de se esperar, num grupo grande sempre existem os interesses próprios e ele está usando Kori em busca desses interesses, tanto que ele esconde dos outros membros que ela se trata de uma sacerdotisa, uma feiticeira que recebe o poder de alguma divindade.

O Jeremy realmente se apaixonou por Bell desde que a viu pela primeira vez. Ember desconfia que o parceiro também esteja nutrindo sentimentos pela garota, mas se estiver fará o máximo para esconder isto. Além de não levar o menor jeito com esse tipo de coisa ele carrega alguns fantasmas.

Bell também carrega seus fantasmas e é por isso que ela rejeitou Jeremy. Quem sabe ele tenha a chance mais tarde... Ou não...

Edit: Já disse que Hyoga é, de longe, meu personagem favorito? Adoro trabalhar com ele. Embora eu já diga que vai ser muito bom trabalhar com o 3º, Senhor das Sombras e da Noite e a 2º, Senhora dos Mares e das Profundezas, eles não conseguem superar o que eu sinto ao trabalhar nas milhares de faces desse personagem.
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Mensagem por Convidado Dom 11 Dez 2016, 3:53 am

A sim bom saber disso Kyu pois eu gostaria muito que quando surgissem clerigos na sua fanfic que eles tenham um papel importante .

E interessante esse fato sobre os doze então eles seriam de certo modo uma " Elite de Escolhidos das Trevas " cada um com um poder único ?

Eu notei que Ember estava apenas trollando Christian achei que ele iria aproveitar para devolver a zoeira quando Ember ficou todo embaraçado diante de Rosemon.

Interessante saber disso sobre Gaiamon . Então é a Digimon Gaiamon não a Appmon Gaiamon . Uma sugestão : Existem os 12 Olimpianos correto ? Então por que você não faz aparecer na sua fanfic os Titãs Digimon ? Gaiamon a Mãe-Terra , Uranusmon o Pai-Céu , Cronusmon (não confundir com Chronomon Holy Mode e Chronomon Destroyer Mode ) o Senhor dos Titãs ,  Hyperionmon , Coeusmon , Criusmon , Iapetusmon e  Oceanusmon e suas esposas as Titânides Digimon  Rheamon ,  Theiamon ,  Phoebemon ,  Mnemosynemon , Themismon e  Tethysmon ?

Realmente esqueci-me completamente de lhe perguntar coisas como essas mas como Sherlock Holmes, em "Um Escândalo na Boêmia " costuma dizer : "É um erro capital teorizar antes de se ter as informações. As pessoas começam a torcer os fatos para que se encaixem nas teorias, em vez de formular teorias que encaixem os fatos." mas pude perceber realmente pela aura de autoridade e respeito que é conferida a Hyoga que ele realmente não só tem um grande poder como uma grande influência e poder de manipulação dentre os 12 .

Interessante o fato de Kori ser uma Clériga de alguma Divindade resta agora sabermos qual seria essa divindade e se Kori faz ideia de que possui os poderes de uma Clériga ?

Mudando de assunto : E o Tamer piloto de Mecha e seu parceiro Raijinmon da parte em que eles estavam combatendo Secret em Los Angeles ? O Que aconteceu com ele ?

Por falar em Jeremy ele vai por acaso chegar a se tornar um Tamer e ter seu próprio Digimon para ter uma chance de poder ficar junto de Bell ? Posso ousar fazer uma sugestão de um parceiro Digimon para Jeremy ?

Spoiler:

Ou este daqui igualmente " quente " ?

Spoiler:



Outra pergunta você não disse nada na resposta sobre White Lotusmon então imagino que não ira usa-la na sua fanfic por que já tem o elenco de Digimon definido correto ?

E o que Bell tera se lembrado de tão grave que aconteceu em seu passado que a fez reagir assim a um simples gesto de carinho de Jeremy ? Alias o que achou das sugestões para um Digimon parceiro de Jeremy que eu lhe dei ?

Enfim estou muito curioso para ver agora a fase dos 12 na sua historia Kyu aguardo com ansiedade os próximos capitulos .

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Mensagem por Kyuketsuki Dom 11 Dez 2016, 11:50 pm

Sobre as sugestões, eu fico sempre com um pouco de vergonha em dizer que não posso usar. O Jeremy nem mesmo terá um Digimon tão quente ao seu lado. Infelizmente isso é um spoiler de que ele terá um, pois apesar de ser um pouco óbvio por ele ter ido ao Mundo Digital, existiam outras possibilidades.

Existem muito mais teorias que poderiam surgir com esse capítulo. É ruim não ter muitos leitores, eu me divertiria lendo as teorias e até poderia tirar algum possível caminho dali.

Os Titãs podem aparecer. Gaiamon voltará em Flashbacks e coisas do tipo apenas.

Raijinmon? Não me lembro de ter escrito que aquele personagem tinha um Raijinmon como parceiro. De qualquer forma, lhe darei uma explicação sobre ele. Infelizmente agora ele só será citado como mistério para apenas no próximo arco essa trama ser trabalhada.

Para início, a Bell sempre teve problemas de autoestima. Eu realmente não entendo isso, porque da forma que eu a imagino eu a acho linda. Apesar disso, sei que nem todas as pessoas compartilham esse gosto. Dragão Escarlate deu alguns sinais de que sim, Jeremy escancarou isto, mas Lucas não tem a mesma opinião.
Os problemas de autoestima dela não impediram seu envolvimento com um dos parceiros da ordem Cavaleiros da Montanha Nevada. Ele talvez seja a origem de mais um problema enfrentado pela personagem. Talvez seja outra coisa. Veremos no decorrer deste arco.
Jeremy é um coitado por entrar na vida da garota exatamente quando ela está passando por isso. Talvez tivesse mais chances num futuro em que ela já tivesse superado, ou num passado onde precisava de alguém para a dizer que ela era mais do que aquilo que via no espelho. No momento, a ação dele apenas piorou suas chances.
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Mensagem por Convidado Seg 12 Dez 2016, 4:20 am

Que é isso Kyu não tem que se envergonhar eu compreendo que já tenha a historia planejada para alguns personagens e que nem sempre possa utilizar os Digimon que eu lhe sugiro na verdade eu não desejo lhe impor nada só lhe ajudar . Mesmo que você não utilize minhas sugestões eu me sinto feliz só de poder lhe dar ideias pois eu gosto de ajudar . Hoje em dia tem tão poucas pessoas dispostas a ajudar . Sinto uma imensa alegria em lhe fazer estas sugestões e mais feliz ainda quando você aceita usar nem que seja apenas uma .

Realmente é muito triste que os outros usuarios estejam sumidos . Eu gostava quando o Mickey estava por aqui e comentava de maneira inteligente e critica todos os capitulos de todas as fanfics sempre procurando incentivar os escritores a irem em frente . Mas ele se foi . Todo mundo se foi Sad  . Eu jamais pensei que veria um dos sites de Digimon mais populares da Internet na condição da Digimon Forever definhando mais e mais esquecido por seus próprios membros . No passado nós eramos uma comunidade prospera unida e produtiva que criava sonhos e todo tipo de material relacionado a Digimon . Agora não mais . Acabaram-se esses tempos . Acabou-se a " magica " . Eu realmente temo que um dia a Digimon Forever tenha um fim pois ninguem mais se importa .

Interessante saber disso espero que os Titãs Digimon tenham aparências tão majestosas quanto os 12 Olimpianos Digimon .

Isso de ser Raijinmon foi uma suposição que eu fiz porque o Tamer pilotava um Mecha e eu pensei que o Digimon que mais se adequaria a um " Tamer piloto de Mecha " seria um dos três deuses do Metal Empire .

Interessante que você coloque Bell como uma Tamer com problemas de autoestima isso pode ser tremendamente interessante de ser trabalhado na personalidade dela . E eu não sabia que ela já teve um relacionamento no passado isso sera muito interessante de se ver . E poxa Kyu pelo visto você não vai muito com a cara de Jeremy .

Enfim fico no aguardo dos próximos capitulos .

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Mensagem por Kyuketsuki Seg 12 Dez 2016, 12:57 pm

Esse meu "ódio" pelo Jeremy não passa de imaginação sua hehehe. Realmente não tenho nada contra ele, que está apenas está respondendo pela própria ação impulsiva. Isso tudo nem significa que ele não terá chances de subir no conceito de todos e se redimir pelo ocorrido.

Quanto ao relacionamento passado de Bell, ela reflete sobre ele na cena em que encara o reflexo no espelho.
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Mensagem por Convidado Seg 12 Dez 2016, 1:29 pm

Tudo bem Kyu então eu aguardarei pelo próximo episódio da fanfic para ver o prosseguimento de sua trama e o ínicio do arco dos 12 .

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Mensagem por Kyuketsuki Ter 31 Jan 2017, 1:46 am


A água gélida escorria pelos dedinhos finos, eles se tingiam de azul sob efeito da temperatura, perdiam o seu tom rosa, começavam a doer desde o centro dos ossos até a última célula de pele. Tinha de mantê-las ali, tinha de resistir ao frio e controlar aquilo. Se concentrou nesses desejos, manteve-se determinada em torna-los realidade.

Minutos se passaram antes que a dor cessasse. Nesse momento, todo o frio que sentia em outras partes de seu corpo também desapareceu. Então atravessou o restante de sua mão. Aquilo era real. Havia conseguido.

- Eu posso. – Se concentrou então naquilo, sentiu a diferença de vibração entre a cachoeira e os corpos daqueles que a rodeavam. Não precisou nem mesmo pensar em palavras na linguagem esquecida dos seres digitais. Aquilo lhe ocorria naturalmente. Os mestres tinham toda a razão. Ela nasceu para isso.

Uma parte da água se juntou em cima da palma de sua mão, começou a girar em torno de um único centro até se solidificar numa esfera maciça de gelo. Ela arrancou a mão da queda de água, olhou determinada para os três que a fitavam. Três anjos sob túnicas brancas, doze asas se dividindo entre o lado esquerdo e direito, um capacete azul cobrindo metade do rosto, uma cruz dourada adornando o mesmo em meio aos desenhos em púrpura.

- Ela está aprovada. – Os anjos haviam debruçado sobre a mesa e se aproximado, cochicharam por um bom tempo antes de darem sua sentença. – Ela tem um potencial especialmente grande, por isso daqui a dois anos faremos um teste diferente com ela.

- O-o que? – Sua mão estremeceu. O globo de gelo que flutuava centímetros acima da mão despencou, tocou o chão num estalo, estilhaçou-se.

- Não precisa ficar nervosa. Apenas temos de tirar algumas dúvidas sobre suas habilidades. – Disse um dos anjos. – Se te faz sentir melhor, existe um rapaz na sua turma que passará pelo mesmo, embora tenhamos adiantado o teste dele por ele assimilar o conhecimento de forma tão fácil.

- Qual o nome dele?

- O nome dele é...





Capítulo 7 – Desenrolar


Um rapaz muito magro corria sem camisa pelo parque na direção do ginásio. Os seus pulmões mal suportavam aquela carga, suas pernas já ardiam em chamas. Mas estava chegando, estava quase lá e tinha certeza de que chegaria primeiro. Estava motivado. Atravessou o portão principal, os pés calçados fizeram um som de trote sobre a madeira que cobria o corredor. Arrancou os sapatos o mais rápido que pôde quando avistou o tatame numa porta de correr do lado direito.

Quando pisou descalço sobre o tatame, desabou. Os olhos tentaram acompanhar a luz ainda, desenharam alguém ali de pé olhando para ele. Era moreno, baixo e vestia uma camiseta preta e uma calça bastante larga de mesma cor. Ele estendeu a mão, Jeremy segurou. Depois que estava de pé, encarando o outro diretamente, teve vontade de gritar, esbravejar, socar o ar. Como Christian conseguira chegar antes dele?

- Sei o que está se perguntando. – Ele disse. – Digamos que Tamers tem uma certa vantagem sobre humanos comuns. É por isso que não deveria ter vindo.

- Mas estou aqui e devo superar esta barreira.

- Isso não é um anime, Jeremy. Você é um penetra, um passageiro clandestino num avião velho e você não sabe para onde ele vai, só sabe que a rota está cheia de turbulências e tempestades. Você é totalmente impulsivo. Você causou isso.

- Se está falando sobre Bell, é bom saber que... – Ele cerrou o punho.

- Falo sobre ter entrado no alcance da bomba espacial, mas me diga, saber o que? – Christian deu um passo para trás. – Qualquer um perceberia como ela está se sentindo. Qualquer um é capaz de ver.

- Ghrrr!

Jeremy avançou sobre ele com um cruzado da direita para a esquerda. Com um pulinho, o moreno fez o caminho inverso após se afastar, a mão direita esquerda empurrou o punho de Jeremy para baixo e assim se impulsionou num golpe com as costas da mão contra o nariz desprotegido do mesmo. Seguiu-se um direto contra o peito do magricela enquanto a mão do primeiro golpe retornava para a guarda. A perna direita, que estava para trás, ergueu-se, juntou o joelho ao corpo e esticou num movimento de mola – um chute frontal que empurrou Jeremy direto ao chão.

- Sobre as vantagens de nós Tamers, juro que me segurei para não usar.

- Droga! Droga! Droga! – Jeremy se arrastou pelo tatame e sentou, ficou observando dali. – Eu acabei com as minhas chances com ela...?

- Provavelmente.

- Mas... Eu quero... Eu quero concertar isto. E quero ser forte.

- Você tem duas opções. A primeira é ficar dentro de Asuka até que acabemos com os Doze, tenho certeza que é mais seguro do que a maior parte da Terra agora. – Foi na direção de Jeremy para estender a mão mais uma vez. – A segunda tem dois caminhos. Você pode encontrar um parceiro Digimon ou permitir que te transformem num Digimon. Assim poderia lutar, evidentemente.

- Isso é possível? Me tornar um Digimon? – Desconfiado, segurou a mão do menor. Um puxão forte o ajudou a se levantar.

- Eu não consideraria esse caminho. Dizem se tratar de um processo extremamente doloroso. Você demoraria muito para se recuperar e se acostumar, mais ainda para conseguir se transformar. – Andou pelo tatame todo. – Por isso pedi para que a Fera Branca lhe levasse. Ele, o Panjyamon, vai te ajudar a encontrar o seu caminho.



Naquela noite, Christian e Bell saíram de casa para dar uma volta. Não como se tivessem planejado isto entre si, mas porque por coincidência, decidiram ir admirar as luas na mesma hora. Se encontraram na porta, ele com uma camiseta cinza e um jeans, ela com um suéter azul com listras pretas e gola alta, também um jeans – nesse caso muito mais desbotado.

- Oi... – Ela disse um pouco retraída.

- Oi... – Ele também se retraiu.

- Está indo onde?

- Pensar, comer alguma coisa.

- É... Eu também...

- Ah... Sei... – Por hábito, coçou a cabeça por trás. Deixou um longo “é” fugir de sua boca e então, depois de rodeios, disse: - Poderíamos fazer isso juntos... Se não tiver problema com a minha companhia, é claro.

- Acho que pode ser bom.

Apesar da proximidade com o centro, estamos falando de uma cidade bastante grande. Deve imaginar a longa caminhada que os dois tiveram em direção à praça enquanto dali, de uma varanda do casarão, Ember observava em sua forma final de Dukemon. Os braços estavam livres, sem lança ou escudo, apenas as manoplas de sempre. As pernas se balançavam sentadas sobre o peitoril, despencavam do terceiro andar com enormes botas de formato oval. Os olhos amarelos se viraram depois de um perfume adocicado denunciar a presença de Rose.

- Andando sozinha por aí?

- Não é como se eu dependesse do Lucas para tudo. – Ela se sentou ao lado dele. – Ainda é estranho te ver assim, como Dukemon. – Continuou ao entrelaçar os dedos sobre o colo.

- Eu estive assim nos últimos dois anos... parece ser a única forma de passar autoridade. – Olhou diretamente para onde deveriam estar os olhos da fada, caso o capacete de pétalas não cobrisse o rosto. – Estou tentando me preparar psicologicamente para o meu encontro com as serpentes.

- Eles são tão ruins assim?

- Muito, apesar de que o Apolo estará lá para nos apoiar.

- Não tenho certeza... Imagino que ele também apoie o Gankoomon como líder.

- Eu também o apoiaria, mas não podemos tirá-lo de sua missão. Tenho certeza de que o Apolo entende isto.



Christian e Bell compraram sorvete na Praça do Leão, de lá pegaram um trem para passar pelos arredores da cidade. Foi um pedido dela, porque passara a maior parte de sua vida entre Susanoo e Amaterasu, apesar da importância que Asuka ganhara quando os seus heróis venceram Gaiamon anos atrás. Ela ficou numa das janelas admirando tudo aquilo enquanto contava alguns trechos de sua vida, nada que o outro ainda não soubesse, nada que ele ainda precisasse saber, nada comprometedor ou realmente importante, isso ao menos até que Bell fizesse menção à uma irmã.

- Irmã? Você tem uma irmã? – Ela continuava contando uma história qualquer de sua vida enquanto ele a observava um pouco curioso e sem escutar, apenas repetindo a pergunta.

- Ah... Sim... Minha irmã... – O olhar triste atravessara o vidro, viajava para as montanhas ao longe. – Como eu disse, a princesa de Susanoo, a mais nova, somos grandes amigas. Ela usou da influência de seu pai para tentar me ajudar com isso.

- Ajudar com o que?

- Eu não vejo a minha irmã desde que eu tinha uns dez anos. Ela sumiu um tempo antes de a Yako aparecer.

- Yako?

- A BlackRenamon. Eu não disse o nome dela porque estamos sempre nos falando através de telepatia. – A moça abandonou as formas triangulares pinceladas de azul das montanhas, encarou o moreno, ergueu a cabeça para o seu olhar curioso. – Desculpe, mas é tudo bastante complicado e não acho que deveria se envolver...

- Me envolver...? – O trem parou depois de um solavanco, ele se levantou colocando as mãos nos bolsos. – Por mim tudo bem, mas tem um questionamento me incomodando.

- Mesmo?

- Huh!

- Fale.

- Isso é um conselho ou apenas não quer que me intrometa?

Caminharam em silêncio, desceram na estação e alcançaram as ruas de paralelepípedos, agora bastante pequenas, com ligações entre os prédios passando acima de suas cabeças enquanto formavam arcos e túneis. Depois de alguns minutos olhando em direção a lua enquanto avançava, ele decidiu quebrar o silêncio. A boca se contorceu, hesitou e então sibilou, mas... Não. Ele conseguiu. Encorajou-se.

- Um conselho? Mas acho que meio que já me envolvi. – Se lembrou da noite anterior, quando ficou junto dela até que adormecesse. Depois disso, a parceira Digimon de Bell surgira das sombras de forma assustadora. Ele entendeu o olhar e deixou que a BlackRenamon carregasse a moça para a cama.

- Chris...

- Me desculpe. – O rosto de Bell estava pálido, embora sempre o tivesse sido. Nessa ocasião realmente seria possível dizer que era como uma imaculada folha de papel. Ele balançou as mãos em sinal. Ela acenou com a cabeça antes de se sentar num banco de madeira.

- Amanhã será um novo dia, romperemos a distopia, criaremos a utopia.

As palavras tinham a aparência e o peso de um simples devaneio, mas para ele aquilo significava determinação. Quando aquelas palavras entraram pelos seus ouvidos através de ondas e foram transformadas em sinais elétricos aquilo não se dissipou entre seus neurônios, aquilo se espalhou pelo seu corpo. Christian sempre fora um bocado pessimista, mas de alguma forma sentia poder correr para qualquer direção agora, a toda velocidade, olhar levantado, sem pensar no passado.

Caso não houvesse outrora aprendido a se ocultar, aquela chama cresceria e, rubra, iluminaria toda a cidade e a transformaria numa rubi aos olhos de quem passava pelas planícies, vales e depressões distantes.

- Romperemos a distopia.




- Me traz alguma notícia?

Uma menina, por volta de quinze anos, escondia o corpo nu dentro da água quente. A piscina tinha um formato que lembrava uma flor, uma que tivesse cinco pétalas. Havia no centro um círculo elevado com alguns pilares e a estatua branca de uma mulher, um vestido leve e comprido marcando o corpo, a água a jorrar em volta, descendo para a piscina, o vapor deixando gotículas sobre a pedra enquanto ocultava a barra do vestido.

- Talvez se decepcione um pouco, Hime. – A moça se sentou na beirada, bem ao lado de Hime, os pés descalços tocaram a água quente e imergiram. A sensação, a água em constante vibração fazendo cada músculo adormecer, as dores paulatinamente suprimidas. – Sinal algum dos Royal Knights.

As duas tinham feições orientais, olhos levemente puxados na extremidade exterior. Hime porém tinha um rosto mais arredondado e olhos grandes e azuis, a cabeleira prateada e ondulada quase se camuflava no mármore. O cabelo da outra era muito escuro, mal chegava ao final da nuca, as franjas cortadas num mesmo nível, um olho negro e arredondado, o outro escondido num tapa-olho branco.

- Tire a roupa e entre, relaxe. Em breve saberemos sobre os resultados de sua missão.

- T-tirar as roupas? – O rosto se fez vermelho.

- Vai mesmo ficar com vergonha de mim, Ka-chan?

- N-não me chame assim, Hime.

- E tire esse tapa-olho horrível também. Esquece que eu também sou uma aberração?

- Não diga isso, minha Hime. Você é uma obra-prima, eu sou um mero experimento que deu errado. – Suspirou. – Uma colcha de retalhos, é o que eu sou.
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Digimon - Decode Trinity - Página 2 Empty Re: Digimon - Decode Trinity

Mensagem por Kyuketsuki Ter 31 Jan 2017, 1:53 am

O capítulo é um pouco curto, não houve como estender muito. A falta de OSTs continua, não achei que seria propício já que não há batalha ou momentos de alto drama. Optei desta vez pela versão original e em japonês da abertura. Mais uma vez lembro que a abertura, apesar de parecer inútil, mostra alguns elementos a serem trabalhados na saga.

Em breve mais sobre essas duas novas personagens e a missão dos RK em Susano'o.
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Digimon - Decode Trinity - Página 2 Empty Re: Digimon - Decode Trinity

Mensagem por Convidado Ter 31 Jan 2017, 6:35 am

Legal o capitulo apesar dele ser realmente um pouco pequeno ficou realmente muito bem detalhado e bem narrado . Interessante o começo com a menina misteriosa fazendo um teste com uma magia de gelo e criando uma estatua de um anjo de gelo . Quem eram os dois Digimon Anjos que a observavam e o que eles quiseram dizer com : Ela tem um potencial especialmente grande, por isso daqui a dois anos faremos um teste diferente com ela. e quem seria o outro menino de quem eles falaram ? Coitado do Jeremy ele realmente não da sorte de maneira nenhuma . Ele pensou que ir para o Digital World seria uma aventura empolgante como as dos animes dos quais ele era tão fã mas a verdade é que ele era o menino errado no lugar errado na hora errada . E ainda tomou um cacete de Christian . Será que ele um dia conseguira ser um Tamer ?Mudando de assunto o que Christian quis dizer com “tornar-se um Digimon” ? É possível isso ? Tornar um humano num Digimon ? Tipo os “Bio-Digimon” de Digimon Savers ? E interessante ver que Ember pode se manter constantemente na forma de Dukemon . Pelo visto ele tem uma quedona por Rose a Rosemon . E Panjyamon novamente sendo citado ele pelo visto é muito importante . E pelo visto ele não aprova ter Gankoomon como líder dos Royal Knights . Curioso sobre a historia de Bell e Yako a BlackRenamon parece carregada de mistérios e saber de muito mais do que aparenta .E o que ela quis dizer com “ - Amanhã será um novo dia, romperemos a distopia, criaremos a utopia.” . E eis mais uma vez a Hime fazendo uma participação especial . Quem é a Digimon dela ? Não vai me dizer que é “uma” Duskmon ? Enfim ótimo episodio Kyu aguardo mais .

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Digimon - Decode Trinity - Página 2 Empty Re: Digimon - Decode Trinity

Mensagem por Kyuketsuki Ter 31 Jan 2017, 6:54 am

Ah, sobre a garota do começo não há mistério. Isso é apenas um flashback sobre a Bell. Ela é tão protagonista quanto Christian, por isso vai ser bem comum se deparar com esse tipo de cena durante a fanfic.
E na verdade ela criou apenas uma esfera de gelo, pois eu não quis exagerar. Estava retratando um passado em que ela mal sabia dominar sua magia.

Quanto ao que essa fala significa, vejamos adiante.

Com se tornar um Digimon estamos falando mesmo dos híbridos (ou dos Digi-espíritos, mas estes não irei explorar aqui, eles tem lugar na minha outra fanfic).

O Jeremy ainda encontrará seu caminho, tudo em seu tempo.

O Panjyamon não aprova e nem desaprova Gankoomon como líder dos Royal Knights, na verdade ele já não tem nenhuma ligação direta com a ordem. São os próprios membros que desaprovam isso por conta da missão de Gankoomon, uma missão que apenas ele ou Panjyamon poderiam cumprir. Ai está um dos motivos de Panjyamon ser tão importante, na hípotese de Gankoomon ser retirado de sua missão para liderar os Royal Knights, Panjyamon seria uma opção para substituto.

Acho que confundiu com a Hime (esse é o nome dela!) da fanfic de outra pessoa. Hime já foi utilizado como sufixo. Aqui quando a "Ka-chan" diz "Hime", ela está literalmente se referindo à outra como uma princesa. Acho que a fala sobre "obra-prima", "aberração" e "experimento" deixam bem claro sobre os Digimon dessas duas personagens.

Edit: Esqueci de falar sobre a frase da Bell. Aquilo foi meramente uma esperança da personagem em relação à situação do Digital World. A distopia a que se refere é causada pela presença do vírus e dos 12.

Off: Só eu que tenho achado o forum carregado últimamente? Pode ser um problema no host, talvez, mas ele está realmente travando muito.
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